É impossível falar do Trópicos e contar a história daqueles tempos sem falar dele, seria um erro estúpido. Toda noite ele estava lá no balcão falando com os clientes; muitos conversavam com ele, mas, na verdade, não acredito que alguém entendesse alguma coisa do que ele dizia. Eu, pelo menos, nunca entendi. Diz o Franck que era possível estabelecer comunicação quando ele estava sóbrio, o que só acontecia durante o dia.
Nem sei qual era o nome dele, o Franck sabe; tinha
um carinho especial por ele, como a foto mostra. Era um pescador da
região que tinha adotado o bar para tomar sua cachacinha noturna, igual a
todo os outros clientes.
Mais tarde, quando o Trópicos fechou, levou
uns dois meses ou mais até montar o Underground. Nesse meio tempo o
velho sumiu. Até que, mais adiante, com as festas já rolando forte, ele
apareceu uma noite, para alegria geral!
Logo que pedi ao Franck permissão para fazer o blog,
acho que faz uns três meses, ainda perguntei sobre o velho.Tá bem vivo! Lembro que na época o cara era forte, e que num simples cumprimento ele quase esmagava tua mão.
Sem dúvida alguma ele faz parte do folclore do bar!
Esse véio caolho tinha mil anos! Às vezes o filho dele vinha no bar buscá-lo. O rapaz ficava todo envergonhado, pois o véio era chato pra caralho. Quando a manguaça subia pra cabeça ele ficava incomodando todo mundo, tentando falar em uma língua alienígena. Contava pra todo mundo que ele foi marinheiro durante 40 anos e por isso o aperto de mão dele era forte como um alicate.
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